Plano de classificação

Manuel Filgueira TilveNível de Descrição:FundoNome do Produtor e História Administrativa/Biográfica:Nome do Produtor: Tilve, Manuel FilgueiraHistória Administrativa: Manuel Filgueira Tilve nasceu a 22 de abril de 1871 em Pontevedra, Espanha,
e faleceu a 16 de janeiro de 1955, em Viana do Castelo. Iniciou a sua atividade
como fotógrafo em 1901, ano que coincide com a sua chegada a Viana
do Castelo, depois de ter realizado uma grande viagem de barco pelo
mundo. (MARILENA FILGUEIRA 2011).
Depois de visitar o monte de Santa Luzia, e de admirar a bela paisagem
que encontrou, Manuel Filgueira sentiu que achou a sua segunda cidade
natal e decide ficar em Viana durante os 54 anos seguintes. Casou e viveu na cidade o
resto da sua vida; desse casamento teve quinze filhos. Nunca tendo conseguido obter a
nacionalidade portuguesa.
Foi na Rua de São Sebastião, (atual Rua Manuel Espregueira) na porta Nr. º 154 que
Manuel Filgueira adquiriu residência e também abriu o seu estúdio de fotografia, para levar
a cabo os seus trabalhos enquanto fotógrafo.
Durante o seu percurso profissional procurou responder às crescentes necessidades
da evolução fotográfica, desse modo, decidiu construir no fundo do seu quintal um ateliê
de fotografia, segundo modelo americano. O ateliê foi construído com telhas de vidro,
para poder tirar melhor partido da luz natural, possuindo vários cenários pintados pelo
próprio e por uma das suas filhas. (MARILENA FILGUEIRA, 2011).
Filgueira procurou melhorar e desenvolver novas competências na arte da fotografia,
que lhe permitiram chegar a um nível de perfeição. No seu trabalho fazia-se acompanhar
por um tripé de madeira, caixa com objetivas e chapas metálicas que usou para
captar fotografias.
Adquiriu ao longo da sua vida uma elevada experiência levando-o a registar todos os
desenvolvimentos do património edificado e material que iam surgindo na cidade. Como
por exemplo, casas ou igrejas que estavam a ser demolidas, ruas que se rompiam, requalificação
de jardins públicos e a construção do Templo do Sagrado Coração de Jesus no
Monte de Santa Luzia.
Tornou-se também, mestre de alguns jovens de Viana que queriam enveredar pela
profissão de fotógrafo. Manuel Filgueira foi nomeado fotógrafo oficial da Câmara Municipal
e da Comissão de Iniciativa e Turismo de Viana do Castelo, em meados do século XX.
Acabou mesmo por doar parte dos seus arquivos fotográficos a instituições públicas
como por exemplo ao Município de Viana do Castelo, para que esses registos das alterações
do património da cidade e de aldeias vizinhas ficassem guardados para memória futura.
Viana do Castelo vive no presente, o desenvolvimento urbanístico e arquitetónico do passado,
associado à arquitetura modernista e contemporânea. Cidade rica em património
edificado, cultural, foi desde sempre realçada pela sua beleza natural, com o monte de
Santa Luzia onde se deslumbra a urbe e as suas paisagens; o rio Lima a desaguar num belo
estuário, e o mar a banhar a sua costa, tornando-a numa das cidades mais belas do país.
Desde os seus primórdios que a História de Viana do Castelo é marcada por acontecimentos
importantes – A elevação a vila, em 1258, no reinado de D. Afonso III, e a Elevação
a cidade, em 20 de janeiro de 1848, atribuído pela Rainha D. Maria II.
A cidade acompanhou desde sempre, os tempos de mudança e desenvolvimento,
quer pelas suas gentes com características únicas, associadas ao comércio marítimo, quer
pela importância que a urbe vianense representava a nível social e económico em Portugal.
A partir dos finais do século XIX e até meados do século XX, existiram grandes transformações
a nível urbano em Portugal, as cidades começam, então, a adaptar-se a novas exigências
relacionadas com as funcionalidades urbanísticas. Salientando também a importância
da Revolução Industrial que veio revolucionar a Industria.
Nesta época, surgem novos projetos de ordenamento da cidade, plantas urbanísticas,
plantas de acessibilidades elaborados pela Câmara Municipal de Viana do Castelo; como
a implantação da rede pública de iluminação, do saneamento, do abastecimento de água,
dos espaços verdes e dos edifícios urbanos. O projeto urbano vai-se modificando, através
de obras públicas inovadoras, promovidas pelo Estado e realizadas pelo poder Municipal,
melhorando, significativamente as vias de transporte - caminhos-de-ferro, estradas e
porto fluvial.
A cidade estabelece, assim, objetivos focados no desenvolvimento urbano, criando
planos de urbanização ambiciosos, fruto de muitos planos pensados a partir da sua elevação
a cidade, o que permitiu, ao longo dos anos, que Viana se desenvolvesse em simetria
com seu património edificado, cultural e natural.
Tendo em conta o significativo valor histórico da cidade, o Museu de Artes Decorativas
apresenta um conjunto de fotografias da sua coleção que nos remetem para a primeira
metade do século XX, e que nos mostram diversas alterações que surgiram na malha
urbana vianense.
Será possível compreendermos o contexto de mudança com o aparecimento de novos
edifícios civis e religiosos, assim como, a abertura de novas ruas e praças que se criaram,
sendo que nesta centúria, Viana assistiu, assim, a um desenvolvimento muito expressivo.
[Texto: Susana Branco]
Código de Referência:PT/MVCT-AMVCT/AFT/MFT