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Viana do Castelo: Estátua de João Álvares Fagundes
Data Inicial:
1976
Nível de Descrição:
Imagem
Descrição física:
Preto e branco
Espécie:
Suporte:
Negativo
Formato:
36x24 mm
Geração:
1ª - Original
Estado de conservação:
Bom
Cota actual:
4.4.5.7
Autor:
Nome:
Costa, Severino
História Administrativa:
Severino Costa nasceu em Ponte de Lima, a 23 de Outubro de 1899. Em 1912, vem viver para Viana do Castelo, onde conclui o Curso Geral dos Liceus.
Em 1918, assume a direção do semanário “Correio do Minho” e em 1920 subscreve o primeiro editorial no “Correio do Minho”, defendendo as suas convicções democráticas e republicanas. Neste mesmo ano é admitido como funcionário do Banco Nacional Ultramarino, produzindo vários trabalhos ligados a esta área: “A Conversão da Dívida Pública Portuguesa”, “Crédito Documentário” e “Operações da Bolsa”.
A partir de 1925, passa a correspondente regional do diário “O Século”.
Em 1945, torna-se Delegado Distrital do Jornal “Comércio do Porto”, com as colunas: “Flagrantes do Momento”, “Documentos Limianos”, “Vinhetas Vianenses” e “Dia a Dia na Cidade”.
Colaborou ainda no “Faro de Vigo”, “Pueblo Gallego”, “Diário de Valladolid”, “A Aurora do Lima”, “Notícias de Viana” e na Revista “Cadernos Vianenses”.
Fundou a Associação de Jornalistas e Homens de Letras do Alto Minho e o Cine-Clube em 1955. Foi 2.º Secretário do Instituto Histórico do Minho e membro da secção vianense do Rotary Clube (do qual também foi presidente).
Em 1976, publicou um ensaio “Eça de Queiroz - Subsídios Biográficos” no qual analisou a ligação de Eça com Viana e em Abril deste mesmo ano, a Câmara Municipal de Viana do Castelo atribui-lhe a Medalha de Ouro da Cidade.
Faleceu em 14 de Abril de 1990, tendo o seu nome perpetuado numa artéria da cidade, por deliberação da Câmara Municipal, em 16 de Novembro de 1992.
O Arquivo Privado de Severino Costa foi oferecido ao Arquivo Municipal em 1997, pelo seu filho Carlos Eurico da Costa e em 2006, por sua nora D. Maria Bernardete Moreira da Cruz.
Este espólio é uma referência única da história etnográfica e monumental contemporânea vianense, constituído por cerca de 1400 fotografias (da sua autoria e colecionadas de outros autores) e 3100 negativos.
Nome:
Fagundes, João Álvares
História Administrativa:
Navegador e armador de navios, terá nascido em Viana no 3.° quartel do século XV, por volta de 1470, embora alguns autores apontem cerca de 1460.
Filho de Álvaro Anes e de sua mulher Catarina Dias testemunha em 1498 a organização do primeiro Tombo das Rendas e Bens da Câmara da Vila de Viana e é juiz concelhio ou juiz da ordenação em 1499. Na primeira situação é designado como escuso, ou seja, com direito à isenção do pagamento de impostos, naturalmente, por ser de condição nobre.
Sabemos que João Afonso, filho de Afonso Vaz, no dia 31 de Maio de 1504, dizima na Alfândega de Viana, para a mulher de João Álvares Fagundes, 5 côvados de pano inglês de Hull, cuja avaliação é de 750 réis e destina-se ao uso pessoal. E o seu nome também é referenciado no dia 8 de Setembro no Livro das Dizimas da mesma alfândega, ao arrecadar 2 moios de trigo dos Açores pelos quais pagou 12 alqueires de dizima
Em 1512 encontra-se entre os homens-bons da vila de Viana, juntos em Câmara no paço do Concelho no dia 6 de Novembro, para decidirem sobre o padroado do mosteiro de Santa Ana.
É novamente eleito juiz do concelho em 1514 e no ano seguinte, em 24 de Março, está presente na reunião de câmara que delibera o dote a pagar ao mosteiro de Santa Ana pela entrada no mesmo da filha de Pero Vaz Manso.
No tributo manuelino lançado em 1517 para financiar as obras da ponte da Ajuda sobre o Guadiana, que assegurava a ligação entre Eivas e Olivença, é dado como morador na Rua Grande, isento da respectiva contribuição por ser privilegiado e possuidor de Carta de Armas.
Segundo os registos da Alfândega de Caminha de 1519 realizou aí duas operações fiscais. Em Junho procedeu à aquisição de 10 varas de pano de Tenabim de dinheiro, ficando isento do pagamento de 700 réis de sisa dado destinar-se a despesa da sua casa. Na mesma altura, através do seu criado João Dias e pelo valor de 4.000 réis, arrecada duas peças do mesmo pano provenientes de Inglaterra, no navio de Lourenço Anes, cujo mestre era João Pires o Moço.
Também aí sua filha, Maria Femandes, é referenciada ao adquirir 11 varas de Tenabim de dinheiro, avaliadas em 770 réis, e pela mesma razão de Fagundes foi isenta do pagamento da sisa.
Em 1521 está inserido no núcleo de fidalgos isentos do pagamento dos 10 réis de Ceuta. Este imposto refere-se a uma das concessões feitas por D. Manuel I a favor do Marquês de Vila Real, uma família abastada e de elevada influência no Reino.'1
Neste mesmo ano é-lhe outorgada pelo rei a carta que concede a posse e jurisdição de capitania das ilhas Fagundas, descobertas por ele nas imediações da Terra Nova. Nesse documento emanado da chancelaria régia no dia 13 de Março testemunha: nos demos a Joam alvares fagnndes cavaleiro da nosa casa hum nosso alvará em que sse contem que sintindo nos asy por serviço de deus e nosso e por lhe ffazermos mercee nos praz que indo elle descobrir terras lhe darmos e ffazermos mercee da capitania de todas aquellas ilhas e terras que elle descobrisse asy e pela maneyra que sam dadas aos capitães das nossas ilhas da madeira e açores e asy nos prazya por quanto elle nom tinha ffilho macho ssenam huma ffilha que a dita sua ffilha e todos sseus ssocessores asy por linha mascolina como ffeminina podessem herdar a dita capitania ssem embarguo da ley mentall e que isto sse emtendesse naquellas cousas de que ja nom [fosse pasada alguma carta de mercee.
A este navegador se deve o reconhecimento de parte das costas do nordeste americano, nomeadamente aquelas que hoje são as províncias marítimas canadianas da Nova Escócia e da Terra Nova e Labrador.
Efectuou diversas expedições de exploração para as costas da América do Norte e para os Grandes Bancos da Terra Nova entre 1496 e 1522.
A sua missão desenvolve-se no contexto das descobertas mais a norte (Gronelândia) dos irmãos Corte-Real em 1501-02 e enquadra-se na política seguida por D. Manuel I para aquela área, que entendia pertencer ao hemisfério português acordado no tratado de Tordesilhas, em 1494. Por isso, e sabendo de antemão que era uma região próspera em pescas, era crucial promover aí a expansão e povoar perante o interesse da coroa castelhana que procurava uma passagem directa para o oceano Pacífico.
As ilhas a que ele pôs o nome de Fagundas foram cada uma designada segundo o santoral romano. Assim, a 13 de Junho descobriu a ilha de Santo António, a 24 a de S. João e no dia 29 a de S. Pedro. Em Julho, no dia 26, terá sido a vez das duas ilhas de Santa Ana e no dia 29 o arquipélago de S. Pantalião, com a ilha de pitiguoem. A 14 de Setembro é descoberta a ilha de Santa Cruz e a 21 de Outubro, o arquipélago a que deu o nome das Onze Mil Virgens em honra de Santa Úrsula.
De salientar que as designações de S. João, S. Pedro, Santo António e Santa Ana correspondiam na época aos nomes das quatro portas da muralha de Viana. Por seu turno, Onze Mil Virgens e S. Pantalião são devoções muito particulares dos seus mareantes e Santa Cruz é identificada como principal veneração da família Fagundes, que, inclusivamente, segundo a tradição, consagrou ao Santo Crucifixo ou Santo Cristo a sua capela tumular na igreja Matriz.
João Alvares Fagundes morreu entre 1522 e 1523, provavelmente no mar ou até na Terra Nova que descobrira e cujo fomento do seu povoamento estaria a desenvolver. Fonte documental regista nos inícios de 1523: Rendymento das rendas do concelho, do ano de bcxxiij; juiz, o bacharell antonyo do couto; sayrão por juízes fernão Barbosa e martym fernandez; vereadores joham allvares fagundes e joham da noya e Nuno de barros; por ser falecydo, o dicto joham alvarez, foy emlygido martym fernandez, q servyse de vereador.
Este insigne navegador vianês terá sido o último dos grandes descobridores portugueses. Sob o beneplácito da coroa empreendeu expedições marítimas pelo Atlântico à procura de terras e de povos em paragens desconhecidas.
A terra que o viu nascer quis perpetuar o seu heroísmo em monumento e em 1956 foram constituídas as Comissões de Honra e Executiva.
O Município promoveu a construção do monumento, sendo a imponente estátua de bronze da autoria do mestre Joaquim Barbosa e esculpida em 1958. Foi colocada no Jardim Público marginal e daí será retirada em 1991 para o terreno lateral, no espaço conquistado ao rio Lima nos anos 80 do século passado. Encontra-se desde o dia 12 de Fevereiro de 2004 em posição paralela ao navio-hospital Gil Eannes.
Viana do Castelo e o mar são entidades inseparáveis ao longo de séculos e séculos de História. Há um desígnio e uma memória que as unem em todos os momentos, seja a experiência do descobrimento e da diáspora ou o sofrimento dos naufrágios, das perdas e dos desterros mais irreparáveis.
João Álvares Fagundes, nome maior vianense da gesta das descobertas, poderá ser imortalizado nos versos do poema Batel do seu patrício Álvaro Feijó:
Cumprira a lide que me trouxera no alto Mar,
- aprendizagem de Marinhagem, lavar de sonhos de primavera embotamento para lutar!
Há dentro de mim, como num búzio, a voz do Mar...
Fui lenho nele, mas amanhã, serei, com ele, vaga do Mar!
PEIXOTO, António Maranhão (2012-05-24)
Local:
Alameda 5 de Outubro, Jardim
Freguesia:
Santa Maria Maior
Código de Referência:
PT/MVCT-AMVCT/APSS/SC/4/214
Registos adjacentes
212 - Viana do Castelo: Capela de Santo André
213 - Viana do Castelo: Peregrinação a Santa Luzia
215 - Viana do Castelo: Terrenos do Mercado
216 - Viana do Castelo: Santa Maria Maior - Rua Martim Velho
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